top of page
Foto do escritorFragmentos da Pandemia

Vacinação é o grande desafio na luta contra Covid-19

Daniela Mendes e Rafael Oliveira



Idosos são vacinados em Tiradentes. Foto prefeitura de Tiradentes.

A campanha de vacinação já começou mas os números de mortes não param de crescer no país e na região.


A vacinação chegou em São João del Rei e, com ela, a esperança de muita gente. Contudo, está longe de ser o fim da pandemia. O Brasil atingiu a marca de mais de 4 mil mortos por dia e uma nova cepa bem mais contagiosa foi identificada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ainda nessa primeira semana de abril. Contudo, apesar de uma realidade cheia de incertezas, vacinar, usar máscaras e evitar aglomerações são as únicas medidas cabíveis.


O município recebeu 17.793 doses e já aplicou 5.852 primeiras doses e 2.728 segundas doses. Segundo o boletim epidemiológico da prefeitura de quarta, 7, o número de 54 casos a mais de Covid-19 foram registrados em um único dia. De forma que hoje somam-se 4.198 casos diagnosticados da doença, 86 com óbito, 3.438 recuperados e 674 seguem em quarentena numa realidade de cerca de 90 mil habitantes.


Mesmo com uma fase mais restritiva imposta pelo governo estadual, dez municípios do Campo das Vertentes registraram a mesma elevação da taxa de contágio da Covid-19 na última semana. O que configura uma verdadeira batalha contra o vírus.


Como se vacinar


drive thru da prefeitura de são joão del rei
drive thru da prefeitura de São João del Rei. Foto: Jésica Rios

Para vacinar, a Secretaria Municipal de Saúde pede para que as pessoas levem o documento de identidade com foto, comprovante de residência atualizado, cartão de vacina (se tiver), CPF ou cartão do SUS. Caso a pessoa não possua carro ou condições de locomoção na data prevista, ela deve realizar o cadastro na unidade de saúde mais próxima.


Segundo o último relatório de vacinação da prefeitura, referente à vacinação no Drive-Thru instalado na avenida Tancredo Neves, até o dia 31 de março foram vacinadas pessoas de 74 anos.


A Secretaria Municipal de Saúde também explica que a aplicação da segunda dose depende da marca do imunizante: a Astrazeneca, da Fiocruz, demanda até 12 semanas. E a Coronavac, do Butantan, requer um intervalo de até 28 dias.


Outro fator importante também é que a definição dos grupos a serem vacinados segue as normas do Estado. São João del Rei não tem autonomia para definir esse fluxo.

Como não se enganar com fake news


A residente em farmácia clínica pela Universidade de São Paulo (USP), Ana Paula Silva Martins Ribeiro, esclareceu para a matéria as principais dúvidas que as pessoas têm sobre vacinas e que as levam a cair em mentiras na internet, as mal fadadas fake news.





Fragmentos da Pandemia (FP): Como funciona uma vacina no organismo? Esse funcionamento difere de acordo com a doença? Tem um princípio básico?

Existem diferentes tipos de vacinas, cada uma com um mecanismo diferente. Por exemplo, vacinas que contém uma parte do vírus, como uma proteína, ou vacinas que contém o virus inteiro em sua forma inativada. O importante é que essa substância contida na vacina seja capaz de induzir uma resposta no seu sistema imunológico (suas células de defesa), levando à formação de anticorpos, que são as células que irão reconhecer esse vírus e impedir que ocorra a infecção.


FP: Por que é importante todo mundo se vacinar?

A vacinação é um ato de proteger a si e proteger também todo mundo que está ao seu redor. Quanto mais gente se vacinar, mais rápido chegamos ao que é chamado de imunidade coletiva (ou de rebanho). Com vários indivíduos imunizados, o vírus tem dificuldade de encontrar um "hospedeiro", que é a pessoa que ele infecta, e acaba morrendo. É como se o vírus não fosse mais capaz de circular. E é nesse ponto que o número de novos casos diminuiu muito, levando a uma melhora geral no quadro da pandemia.


FP: Quais vacinas estão em circulação no mundo contra a covid-19?

Existem diversas vacinas em uso para covid-19, e muitas outras ainda em etapas de teste. As mais utilizadas, atualmente, são a da Pfizer, Moderna, Sputnkik, Janssen, CoronaVac e Astrazeneca. As duas últimas são as que estão sendo utilizadas no Brasil.


FP: Alguma tem se sobressaído mais?

Pra uma vacina ser aprovada, ela tem que ser considerada segura (não causar efeitos adversos graves na população) e eficaz (ser capaz de proteger contra a infecção). Ou seja, todas as vacinas aprovadas até o momento demonstraram ser seguras e eficazes. A da Pfizer e da Moderna demonstraram uma taxa maior de eficácia (acima de 90%), mas ainda não estão disponíveis no Brasil, além de serem mais complexas de serem armazenadas (necessidade de freezer a - 80º). A vacina mais adequada é aquela que, além de apresentar eficácia e segurança, seja viável para ser distribuída para o maior número possível de pessoas. Em resumo: vacine-se quando chegar a sua vez, independente da vacina que estiver disponível. Todas as vacinas aprovadas são eficazes e seguras, e cada um deve fazer a sua parte!


FP: Quais as que estão circulando no Brasil?

As vacinas disponíveis no Brasil, até o momento, são a CoronaVac e a Astrazeneca/Oxford. A CoronaVac está sendo produzida pelo Instituto Butantan.


FP: Porque tem que tomar duas doses?

O reforço da dose é necessário para que o organismo crie uma resposta imunológica adequada (um bom número de anticorpos).


FP. Sobre a porcentagem de eficácia, depois de tomar qual o risco de infecção? O que significa a taxa de eficácia da vacina?

A taxa de eficácia demonstra, a partir da análise dos resultados do estudo clínico, qual a porcentagem de proteção que a vacina oferece (em relação ao grupo placebo). Se uma vacina apresenta, por exemplo, 60% de eficácia, significa que quem se vacinar apresenta 60% menor probabilidade de se infectar. Além disso, os estudos também avaliam as chances da pessoa se infectar mas de não apresentar um caso grave, que demande hospitalização. Na CoronaVac, por exemplo, foi demonstrado uma redução de 100% nos casos graves e mortes. Por isso que é muito importante que todo mundo se vacine, pois mesmo ainda correndo risco de se infectar, essa infecção será mais leve e sem necessidade de ser internado e sem chances de morrer pela doença.


FP: Qual o risco de infecção entre uma dose e outra?

Existe um risco de infecção tanto entre as doses quanto após a vacinação. Isso varia muito de pessoa para pessoa, de acordo com o seu sistema imunológico. Após as duas doses, as chances de você se infectar são menores. Mas é essencial que, mesmo vacinado, as medidas de segurança continuem a ser tomadas: uso de máscaras, lavagem das mãos e distanciamento. Somente com um grande número de pessoas vacinadas é possível pensar em relaxamento dessas medidas.


Pequeno Histórico das vacinas no Brasil


A vacinação no Brasil começou em 18 de janeiro, com prioridade para os profissionais de saúde que estão na linha de frente no programa nacional de enfrentamento da Covid-19. Dois meses depois, o Brasil recebeu as primeiras doses de vacina contra Covid-19 do consórcio Covax Facility.

Pouco mais de 1 milhão de doses do imunizantes foram importadas da fábrica da AstraZeneca na Coreia do Sul para então reforçar as 500 mil doses fabricadas pela Fiocruz. O instituto Butantan também começou a fabricação de imunizantes.

O Governo de Minas Gerais contabilizou, no sábado, 27 de março, a distribuição da décima remessa de vacinas da Covid-19 às 28 Unidades Regionais de Saúde (URS) do estado. A expectativa era a de chegar à vacinação de idosos com idade até 69 anos ainda em abril.

Como é feita uma vacina


Desde que o mundo soube que uma misteriosa doença respiratória estava se espalhando, o número de mortos por Covid-19 foi de mil, em 3 de fevereiro, para 100.000 um mês depois. Estamos falando de um crescimento de 100 vezes mais. De forma que em 11 de março de 2020, a OMS declarou a COVID-19 uma pandemia, ou seja, uma epidemia amplificada.


Em 2 de abril, em menos de um mês, já tínhamos um milhão de casos. Em setembro chegamos a um milhão de mortes. Hoje, os casos globais atravessaram 115 milhões de casos, e o número de mortes em todo o mundo é de mais de 2,5 milhões.


Uma vacina, em média, leva de 10 a 15 anos para ser aprovada e distribuída. O menor desenvolvimento da vacina registrado é para a vacina contra caxumba, que levou quatro anos. Em geral, ela passa por três fases de desenvolvimento: a fase I que usa apenas algumas pessoas e testes apenas para a segurança do composto. A da fase II e, em seguida, fase III, em que a droga é dada a centenas e, em seguida, milhares de pessoas para ver se ele vai funcionar.


Depois, elas tem que passar pelas agências nacionais de licenciamento de drogas, que muitas vezes pedem para ver mais estudos depois que uma fórmula é aprovada e autorizada para ser comercializada. O que nos leva à fase IV. A fase IV procura quaisquer problemas a longo prazo com segurança e eficácia nas pessoas que recebem a nova vacina.


Ao contrário de uma pílula, a aplicação da vacina não pode ser simplesmente suspensa. Uma vez administrada está no seu corpo. Não é reversível e há casos registrados de reações vacinais graves acontecendo, apenas sendo descobertos a taxas de um em 100.000 ou um em 1 milhão. Por isso tanto cuidado.

Mesmo com todo plano e protocolos, este é ainda o melhor método e resultado que se tem. A incidência da pólio tem desaparecido em todo o mundo desde que a campanha internacional contra ela começou na década de 1980. E é assim que o sarampo desapareceu nos Estados Unidos desde que a vacina foi tornada obrigatória, em 1960. E o que faz com que a realidade da Covid-19 hoje seja inédita.


Diante da situação emergencial, temos diferentes empresas, fórmulas diferentes, e cronogramas diferentes em todo mundo. E, hoje, cerca de 78 fórmulas de vacinas estão sob investigação em animais e 71 já chegaram a vários estágios de ensaios clínicos em humanos, 20 deles estão em fase final de testes.


Oito vacinas foram autorizadas a entrar em uso limitado por autoridades reguladoras em alguns países e quatro obtiveram todo o caminho através de padrões internacionalmente aceitos para avaliação e aprovação ou autorização de emergência. O que significa dizer que, um pouco mais de um ano desde o início da pandemia, doze vacinas passaram por alguns ou todos os estágios dos ensaios clínicos humanos. Isso é extraordinário em termos históricos.


E uma vez sendo as vacinas diferentes, diferentes fórmulas têm diferentes requisitos de armazenamento, incluindo as temperaturas em que precisam ser mantidas, e essas limitações mostram como as vacinas podem ser transportadas, especialmente em países de baixa renda. Essas diferenças são uma das razões, mas não a única, pela qual a vacinação está se lançando em velocidades tão diferentes em todo o mundo.


Em caso de sintomas de Coronavírus procurar:


UBS (Unidade Básica de Saúde) Rua Dr. Kléber Vasques Filgueiras s/n Matosinhos: segunda a sexta feira 19:00 às 07:00 / sábado, domingo e feriados 24 horas

ESF (Estratégia de Saúde da Família) mais próximo - 07:00 às 17:00 horas de segunda a sexta feira

UPA - Rua Marechal Ciro Espírito Santo Cardoso, 173 Caieiras: 24 horas todos os dias da semana.




10 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page